A água utilizada para pulverização de defensivos agrícolas costuma ser obtida em açudes, riachos, poços artesianos ou cisternas. Dependendo da origem da água, suas características podem mudar bastante, afetando a qualidade das operações agrícolas.
Tanto a água da chuva quanto de açudes e riachos costumam ter boas características para uso agrícola: pH levemente ácido (5 a 7) e baixa concentração de sais (água mole). Por outro lado, a presença de matéria orgânica e argilas em suspensão pode ser desfavorável.
Já a água proveniente de poços profundos pode requerer o uso de algum adjuvante para assegurar a eficácia dos defensivos agrícolas, por apresentar maior dureza e alcalinidade (pH >7 ou 8).
Para a classificação da água quanto à dureza, geralmente é utilizada a equivalência em ppm de carbonato de cálcio (CaCO3).
Tabela 1. Equivalência em ppm ou mg/L de CaCO3 e as faixas de classificação da dureza da água.
As águas duras podem interferir em uma aplicação através de reações químicas que alteram o produto, que dificultam a absorção pela planta ou até pela formação de sedimentos, reduzindo a eficácia do defensivo.
Todos os produtos químicos para proteção de culturas podem ser afetados pela água dura. No entanto, alguns herbicidas são mais afetados, como 2,4-d, Picloram e Glifosato.
Quanto ao pH da água, cada tipo de produto tem uma faixa ideal, mas a grande maioria tem boa eficácia em caldas com pH de 4,5 a 6. O glifosato, no entanto, tem melhor resultado quando o pH está entre 3 e 4. Vale lembrar que o próprio glifosato contribui para reduzir o pH da água. Portanto, o ideal é medir o pH da calda após adição do herbicida para checar se o pH atingiu a faixa ideal.
Como corrigir a água dura ou ajustar o pH?
A correção de água dura ou do pH poderá ser realizada adicionando adjuvantes à calda de pulverização. Há no mercado diversos produtos redutores de pH e/ou condicionantes de calda que previnem a interação de sais com os defensivos e contribuem para a eficácia das pulverizações agrícolas.