Por: Alessandra Nicacio, pesquisadora em Reprodução Animal da Embrapa Gado de Corte, adaptado pela equipe CFM.
O diagnóstico de gestação (DG) é uma prática altamente recomendada, já que a partir dele é possível obter informações sobre aspectos reprodutivos e produtivos do rebanho, como índice de prenhez, perdas gestacionais, e também direcionar descartes.
O DG pode ser feito de diferentes formas e em diferentes momentos, por profissional devidamente habilitado. Em relação aos aspectos práticos de execução, existem duas maneiras de realizar o DG: palpação retal simples ou palpação retal com auxílio de aparelho de ultrassonografia. A palpação retal simples pode ser realizada a partir de 45 dias do acasalamento e permite estimar o tempo de gestação. Já, a palpação retal com auxílio de ultrassonografia, pode ser realizada 25 dias após o acasalamento e permite, além da estimativa de tempo de gestação, avaliar a viabilidade fetal assim como realizar a sexagem fetal (ao redor dos 60 dias de gestação).
O momento de realização do DG em relação à estação de monta (EM) também deve ser considerado. Em propriedades que trabalham apenas com monta natural (MN) o costume é realizar um DG ao final da EM, com pelo menos 45 dias passados da saída dos touros dos lotes de vaca.
Quando, durante a EM, utiliza-se inseminação artificial em tempo fixo (IATF) é muito comum o médico-veterinário fazer um DG por rodada de IATF, por volta de 25 a 30 dias após a inseminação. Dessa forma, se tem conhecimento da eficiência do programa reprodutivo durante sua execução na propriedade. Ao final da EM costuma-se realizar um outro DG, que chamamos de DG final, após trinta ou quarenta dias do final da EM.
Nesse DG final é possível estimar o tempo de gestação de cada animal prenhe e, assim, podem já ser feitos os lotes de vacas por tempo de gestação, já pensando em organizar os lotes de nascimento e, facilitando os apartes para organizar os lotes para a EM seguinte. Ao realizar o DG final é possível avaliar o índice de perdas gestacionais em relação aos DG parciais, isto é, os diagnósticos de cada rodada de IATF e quantificar as perdas em início de gestação. Além disso, o DG final fornece o índice final de prenhez de toda a EM, permitindo avaliar o programa reprodutivo realizado, bem como, organizar os manejos a serem realizados com esses animais, como lote maternidade, descarte, planejamento nutricional e sanitário.
Uma vez que o DG foi realizado e os índices de prenhez e de perdas gestacionais foram calculados, resta apenas decidir quais fêmeas devem ser descartadas, com base em informações objetivas e claras.