Cenário atual das exportações para a China

No início de março, o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) anunciou a maior habilitação em lote de plantas frigoríficas aptas à exportação de carnes para a China. Foram 38 novas habilitações de uma só vez, sendo 24 plantas de bovinos, oito de frangos, uma bovina de termoprocessamento e cinco entrepostos.

O aumento do número de unidades aprovadas significa “um passo gigantesco para o agronegócio brasileiro”, disse Gilberto Tomazoni, CEO da JBS, em evento para comemorar o primeiro embarque de carne para a China vindo da unidade da empresa em Campo Grande.

Com as novas aprovações, o Brasil pode alcançar participação de até 60% nas importações de carne bovina da China em alguns anos, segundo João Otávio Figueiredo, chefe da divisão de gado da consultoria Datagro.

Depois de 12 anos de crescimento consecutivo, as importações de carne bovina pela China devem cair ligeiramente em 2024, segundo estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A principal razão é a maior produção interna. Acredita-se que o país produzirá 7,7 milhões de toneladas este ano – aumento de 1 milhão de toneladas em relação a 2020. Além disso, a desaceleração econômica tem levado os consumidores a buscar proteínas mais baratas.

Gráfico – Importações de carne bovina pela China, por ano

No entanto, a maioria dos analistas prevê que a desaceleração da China será temporária e que o país asiático continuará sendo um grande motor de crescimento para os exportadores de carne bovina do Brasil, uma vez que os níveis de consumo per capita ainda são inferiores à média global.

“A China é um ótimo parceiro comercial para o Brasil e continuará sendo por um longo tempo”, disse Alcides Torres, fundador da Scot Consultoria. “Aumentamos nossas exportações para outros destinos, mas não o suficiente para substituir os chineses”. Fontes: Beefpoint, Bloomberg e Forbes