O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo e a expectativa é que detenha 24% das exportações mundiais em 2022, seguido pelos Estados Unidos (13%), Índia (12%), Austrália (11%) e Argentina (6%).
Esses dados são do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e foram compilados por Alcides Torres e Rodolfo Silber, diretor e analista de mercado da Scot Consultoria, respectivamente.
Exportação de carne bovina, em milhões de toneladas equivalente carcaça.
*Estimativa feita em outubro/2022
**Inclui a exportação de carne de bubalinos
Fonte: FAO / Elaborado por Scot Consultoria
“Em 2022, a exportação consumiu perto de 25% da produção da carne bovina brasileira. Sem esse canal de escoamento da produção, certamente os preços no mercado interno seriam piores. O principal parceiro comercial é a China, destino de 68,1% da exportação de carne bovina in natura em outubro, por exemplo”, destacam os autores.
Eles destacam que a arroba de boi gordo no Brasil é a de menor preço dentre os concorrentes, o que favorece a comercialização. A cotação da arroba de boi na Austrália é a de maior preço.
Cotação da arroba de boi gordo, em dólares, nos principais países exportadores.
Fonte: Scot Consultoria
Nos Estados Unidos, o ciclo de preços se inverteu recentemente, a redução do rebanho fez os preços subirem, como mostra a figura a seguir.
Rebanho nos Estados Unidos, em milhões de cabeças (eixo da esquerda), e cotação da arroba do boi gordo, em dólares (eixo da direita).
*Até novembro
Fonte: USDA / Elaborado por Scot Consultoria
“Já a Argentina sofre com problemas econômicos. A inflação deve ultrapassar os três dígitos este ano e a adoção de políticas públicas, como a taxação da exportação da carne bovina, prejudicou o setor e tirou o estímulo dos produtores”, assinalam Alcides e Rodolfo no artigo, originariamente publicado no Broadcast Agro, da Agência Estado. “O efeito em cascata da regulação da cadeia pecuária, promovida por políticas públicas, deverá afetar a exportação da carne bovina do país”, acrescentam.
Sobre o futuro, os especialistas estimam que consumo global de carne bovina em 2023 deverá cair 0,2%, puxado principalmente pela queda no consumo dos Estados Unidos e União Europeia.
“Entretanto, o cenário é de otimismo no Brasil, pois nossos principais concorrentes estão vivenciando períodos pouco propícios para a exportação, favorecendo o produto brasileiro no mercado internacional. Pode ser a oportunidade para abrir novos mercados e fortalecer os laços comerciais com os existentes”.