Fim da Vacinação contra Aftosa – Como fica o fluxo interestadual de animais?

O Paraná deve ser o primeiro estado a deixar de vacinar o gado contra febre aftosa. A suspensão da vacinação contra aftosa no Brasil faz parte do PNEFA – Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) – que prevê que o país deixe, gradativamente, de vacinar os bovinos e bubalinos até 2021.

A questão é polêmica e gera muita discussão entre os pecuaristas de todo o país. Alguns são favoráveis à continuidade da vacinação, argumentando que é viável investir R$ 3,00 por cabeça por ano para imunizar o gado contra uma doença traiçoeira; outros analisam a questão sob o ponto de vista mercadológico, com o argumento de que o país livre da aftosa sem vacinação teria mais credibilidade perante os grandes importadores de carne bovina.

De acordo com o PNEFA, Acre e Rondônia seriam os primeiros estados a parar de vacinar o gado. Porém, os dois governos estaduais decidiram adiar a decisão para novembro deste ano. Já o Paraná, que pelas regras do PNEFA deixaria de vacinar somente em 2021, se adiantou e solicitou ao MAPA o fim da vacinação em 2019.

Segundo Afrânio Brandão, presidente do Conselho Superior da Sociedade Rural do Paraná, o MAPA deu prazo até o fim de agosto para o governo estadual do Paraná cumprir algumas condições para, aí sim, dar o aval para o estado suspender a vacinação do rebanho contra febre aftosa e, portanto, fechar suas fronteiras para todo o país (exceto Santa Catarina, que já é livre sem vacinação).

“O MAPA solicitou ao Paraná a construção de barreiras em divisas com São Paulo e Mato Grosso do Sul e a contratação de cerca de 50 fiscais agropecuários, além de outras medidas. No fim de agosto, o Ministério avaliará se as exigências foram cumpridas. Em caso positivo, dará o ok para o governo estadual definir o fim da vacinação do gado”, explica Afrânio Brandão. “Porém, explica o dirigente, após a autorização do MAPA, caberá ainda ao governo estadual assinar lei suspendendo a vacinação contra aftosa”.

“Até que o Paraná cumpra as exigências do MAPA e seja realizada vistoria pelos técnicos do Ministério, que deve ocorrer no fim de agosto ou início de setembro, nada muda: os criadores paranaenses podem comprar gado de fora do estado sem restrições”, explica o presidente do Conselho Superior da Sociedade Rural do Paraná.

Dessa forma, a livre entrada de animais no Paraná deve ser mantida por mais alguns meses. É uma excelente oportunidade para os pecuaristas do Paraná, e de todo o Brasil, renovarem suas baterias de touros no Megaleilão Nelore CFM. O evento será iniciado no dia 8 de agosto, com o Megaleilão em São José do Rio Preto/SP, e continua no dia 9 de agosto, com a Megaloja nas Fazendas São Francisco (Magda/SP) e Lageado (Aquidauana/MS).

Caso a decisão de suspender a vacinação contra aftosa seja homologada pelo governo do Paraná aí sim a entrada de bovinos no estado será condicionada a período de quarentena. “Quero registrar que a Sociedade Rural do Paraná é contra o fim da vacinação no estado. Pelo menos neste momento. Entendemos que essa decisão deveria ser tomada ao mesmo tempo em todo o país e não apenas em nosso estado, que ficará isolado e deixará de receber pelo menos 70 mil cabeças de gado vindos de SP e MS”.