Exportadores ainda não sentem os reflexos do conflito

Quase duas semanas após o início da invasão russa à Ucrânia, os analistas informam que ainda é cedo para fazer previsões, porém fazem algumas considerações:

Fato: até o momento, a venda de produtos brasileiros para a Rússia não foi afetada.

Risco: problemas na logística e nos pagamentos podem atrapalhar os negócios.

Eles também lembram que a Rússia foi um grande importador de produtos do Brasil no passado, mas sua importância vem caindo nos últimos anos. Em 2021, por exemplo, representou menos de 1% das nossas exportações totais e menos de 2% dos embarques brasileiros de carne bovina.

Fica, no entanto, a preocupação acerca do encarecimento de insumos, como milho, trigo e soja, que devem ter maior impacto na produção de aves e suínos. Especialistas já avaliam oportunidades em outros mercados, já que Rússia e Ucrânia também exportam carnes e grãos – redução da oferta desses itens por parte de russos e ucranianos pode abrir espaço para o Brasil atender a demanda.

Uma das grandes incertezas nesse momento envolve o suprimento de fertilizantes. Segundo a Nutrien, maior produtora de fertilizantes do mundo, a invasão da Ucrânia pela Rússia pode levar a interrupções prolongadas no fornecimento global de potássio e  nitrogênio – nutrientes presentes na maioria dos fertilizantes e essenciais para as lavouras.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, informou na tarde da última sexta-feira, 04/03, que, apesar da recomendação do governo russo de interromper as exportações de fertilizantes, a própria Rússia confirmou o embarque de fertilizantes ao Brasil, indicando que o conflito ainda não afetou o comércio desses insumos para cá.

O Brasil importa da Rússia cerca de 27% dos fertilizantes de potássio e 21% dos fertilizantes de nitrogênio que utiliza na agricultura.