China, solução em uma década?

A China é responsável pelo consumo de 48% da carne suína produzida no mundo. E produz 54 milhões de toneladas. Segundo levantamento da consultoria FC Stone, a quebra da produção local devido à peste suína africana (PSA) alcança 40% do total (pouco mais de 21 milhões de toneladas).

A superação desse grave problema pode vir em 8, 10 ou mais anos, estima Renato Rasmussen, diretor da FC Stone. Em palestra no evento Top Farmers, em Campinas, Rasmussen apresentou um cenário preocupante do ponto de vista global, mas auspicioso para as proteínas animais do Brasil.

“Além de União Europeia, Estados Unidos e Canadá, somente o Brasil tem carnes (ou potencial de produção de carnes) para atender, parcialmente, às necessidades do mercado chinês. Não é sem motivo que a China abriu dezenas de frigoríficos brasileiros durante 2019”, disse o especialista.

Como mostram os resultados das exportações de carne bovina em novembro, as oportunidades não se restringem à venda de carne suína brasileira, que também está crescendo em torno de 300 mil toneladas este ano. “Carne bovina e carne de frangos também são favorecidas, uma vez que o mundo simplesmente não tem carne suína para atender a demanda chinesa”, analisa Rasmussen. “2020 deve ser outro ano muito bom para as exportações brasileiras de carnes”.