A oferta de gado para abate no Brasil não deverá ser melhor em 2021 do que foi no ano passado, fator que, aliado à demanda firme da China pela carne brasileira, deve continuar sustentando a arroba no campo.
“É um ciclo espetacular para o pecuarista, puxado principalmente pelo mercado externo”, resume o sócio-diretor da MB Agro, Alexandre Mendonça de Barros, em entrevista ao jornal Valor Econômico.
Sobre a restrição de oferta, Mendonça de Barros diz que com as cotações em alta os pecuaristas vão, mais uma vez, reter as matrizes para tentar aproveitar ao máximo a boa maré de preços da arroba e do bezerro. Esse movimento do ciclo pecuário começou no quarto trimestre de 2019.
Além dessa oferta restrita, o suporte dos preços virá da firme demanda chinesa, destaca o especialista. “Vamos exportar mais e, possivelmente, produzir o mesmo volume. Assim, os preços internos devem continuar testando os limites dos frigoríficos”, diz Alexandre Mendonça de Barros.
“Chegamos a 40 quilos por habitante ao ano quando PIB subiu 7%, no governo Lula. A tendência é que o recuo no consumo doméstico persista e a média volte a patamares dos anos 1970”, projeta o sócio-diretor da MB Agro.