Desde que iniciaram a trajetória de alta, em maio, os preços do boi gordo acumularam valorização de cerca de R$ 50,00/@. Essa alta histórica tem causas bem conhecidas: consumo interno sustentado pelo auxílio emergencial, exportações recorde, com destaque para os embarques para a China que ainda sofre com a peste suína africana, dólar em alta, que reduz o custo do produto brasileiro no exterior, oferta restrita de gado para abate devido à retenção fêmeas e altos custos de confinamento.
Segundo Leandro Bovo, da Radar Investimentos, as perspectivas seguem positivas para os pecuaristas nos próximos meses. Mesmo que o mercado interno sofra uma diminuição de demanda em razão da redução no valor do auxílio emergencial, “os demais fatores permanecem tão ou até mais altistas”, comenta Leandro.
Com as seguidas altas registradas nas últimas semanas, os valores da arroba do boi gordo no mercado paulista têm subido de forma mais intensa que os da carne no atacado. Segundo dados do Cepea, depois de a carcaça casada registrar vantagem de R$3,60/@ sobre o boi gordo em agosto, essa diferença diminuiu para apenas R$0,54/@ em setembro. Ainda assim, há espaço para novas altas. Em julho, por exemplo, a arroba do boi gordo chegou a ser negociada acima da carcaça casada, em R$4,17.