Ter avaliação genética basta?

Na última edição do CFM Informa falamos sobre a importância de comprar touros com avaliação genética. Realmente, ter avaliação genética confiável é o primeiro requisito a ser verificado na hora de comprar touros, mas isso é só o começo. A próxima pergunta que devemos fazer é: o touro em questão está entre os melhores de seu rebanho de origem?

Ter um catálogo com diversas DEPs não basta. É preciso checar se as DEPs são realmente boas. Para entendermos se um touro está entre os melhores de seu rebanho de origem, devemos buscar uma informação que costuma ser divulgada junto com as DEPs: o percentil. Percentil é o famoso “TOP x%”. Se uma DEP está classificada como TOP 5%, quer dizer que o animal está entre os 5% melhores do rebanho para a característica analisada, ou seja, como ele só nascem 5 a cada 100. Se o touro é TOP 0,1%, quer dizer que ele é o melhor a cada 1.000 avaliados! Por outro lado, se a classificação é TOP 60%, na verdade o animal está abaixo da média, ou seja, não tem potencial melhorador no seu rebanho de origem para a característica ou índice analisado.

As decas representam outra maneira de expressar a mesma informação, porém com menor precisão. Deca 1, por exemplo, reúne desde TOP 0,1% até TOP 10%. Deca 2 vai do TOP 10,1% até TOP 20% e assim por diante. Segundo o geneticista da USP, José Bento Ferraz Sterman, há que se ter cautela com a classificação por decas. “Para se ter uma ideia, em avaliações genéticas de grande porte, com alguns milhões de animais nos bancos de dados, cada deca pode reunir mais de 300 mil animais, com grande diferença entre os melhores e os piores da mesma deca”, explica Bento.

Uma forma fácil de garantir a compra de touros comprovadamente superiores é investir em touros com CEIP. E a razão é simples: só podem receber CEIP no máximo os cerca de 30% melhores indivíduos da safra. É a certeza de comprar reprodutores com comprovado potencial de melhoramento genético.