Pecuária: atividade sustentável

Ano após ano saem notícias na mídia sobre o consumo de proteína animal. Esse, aliás, foi um dos temas do Fórum Mundial da Economia, em Davos (Suíça), que ocorreu em janeiro e contou com a presença de importantes chefes de Estado. Com base no relatório “Meat: The Future”, o consumo de proteína animal foi associado a um dos fatores que ameaçam a sustentabilidade do planeta.

O relatório divulgado no Fórum defende a maior utilização de proteínas alternativas, com o objetivo de reduzir o consumo de carne nas próximas décadas e, assim, contribuir para um planeta mais sustentável.

De acordo com Mauricio Palma Nogueira, diretor fundador da consultoria Athenas, os autores consideram a emissão, mas ignoram a remoção de carbono promovida pelo sistema produtivo, processo inerente à produção de forragens para alimentar os bovinos. Essa falha no cálculo, leva a uma conclusão totalmente equivocada. “O aproveitamento da parte aérea dessas forragens é apenas cerca de 30% a 40% do que é produzido. O restante fica na área junto com as raízes que, nas gramíneas tropicais, acumulam a mesma quantidade de massa que a parte aérea da planta. Ou seja, de todo o carbono removido da atmosfera pelo pasto, os bovinos conseguem retirar apenas entre 15% e 20%, sendo que parte deste total será transformada em produtos, como leite, bezerros e carne, e parte será emitida. Quando todo o balanço é rigorosamente considerado, conclui-se que a pecuária seja capaz de neutralizar e até mesmo remover da atmosfera mais carbono do que emite”, ressalta Mauricio Nogueira em artigo.